segunda-feira, 24 de novembro de 2008

NEGROS GATOS


No Brasil machista, demorou para o homem negro ser consagrado como símbolo sexual do país, a exemplo das mulatas. Agora, ele é a bola da vez, o príncipe das fantasias femininas. Nesta reportagem, cinco negros bonitos e charmosos falam de assédio e racismo e mostram o outro lado desta questão.

O estigma da sensualidade, que há tanto tempo persegue negras e mulatas, agora colou no outro gênero. A consagração do homem negro avança dos campos de futebol e do samba para o cinema, a música, a publicidade. Ícones da beleza negra masculina como os cantores Tony Garrido, Alexandre Pires e Netinho são só a ponta aparente de um fenômeno que estimula a libido feminina e salta a fronteira racial: quem levanta a bola são as mulheres brancas.
Nem todos os negros festejam. "Muitas mulheres ouviram falar dos atributos sexuais dos negros e querem experimentar algo diferente. Como se fumassem uma maconhazinha escondido", compara o cantor e bailarino Bukassa Kabengele. Ele não se diz interessado em representar o papel do "negão" consagrado em letras de pagode como a de "Os Morenos": "Lá vem o negão, cheio de paixão, te catar, te catar (...)".

A percepção que muitas mulheres brancas estão tendo de homens negros -e a falta de percepção, por parte de alguns deles, do que representam- é tema de reuniões da Associação Afro-Brasileira Ogban, de São Paulo. "A maioria não se dá conta de que certas brancas se aproximam movidas por fantasias como a de que o negro é bem dotado", sinaliza a pesquisadora Berenice Assumpção Kikuchi, da Ogban. Uma das consequências disso é que a mulher negra está ficando sozinha e, segundo a pesquisadora, continua procurada por brancos apenas para relações de caráter eventual.

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