Se for mantido o ritmo de avanços, Ipea prevê que a igualdade racial ocorrerá apenas em 2029
Época Negócios
Trabalhadores negros e pardos têm uma renda per capita equivalente a menos da metade da renda dos brancos. A conclusão faz parte do último estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007. A análise mostra ainda que se o ritmo de avanços for mantido, a igualdade racial só acontecerá em 2029.
A queda na disparidade só começou a acontecer a partir de 2001. Para o diretor do Ipea, Mário Theodoro, 72% dessa melhoria se deve à distribuição da renda generalizada, que teve reflexos entre a população negra. Os outros 28% devem-se à “mobilidade de renda”, ou seja, maior ganho financeiro que os negros e pardos apresentaram desde o final dos anos 90.
Segundo o Ipea, a solução está na execução de políticas públicas sociais que permitam a trabalhadores negros e pardos se equiparar mais rapidamente aos brancos. Pelo boletim, negros, nordestinos e pobres têm uma situação econômica pior.
Os analistas envolvidos no estudo lembram ainda que a desigualdade em renda é consequência de desigualdade social fundada na discriminação, racismo e preconceito. Os dados, porém, não tocam nessa questão. Os números comparativos de 2006 e 2007 mostram redução no número de negros pobres e aumento do percentual de negros e pardos ricos.
